As virtudes teologais unem
a alma a Deus por Cristo. A Fé - inclina e capacita o intelecto e a vontade a
aceitar a Palavra de Deus e aderir a sua autoridade, que a revela. A Esperança - inclina e capacita a vontade
a ter confiança de que Deus lhe dará a vida eterna e a graça para merecê-la.
A Caridade - inclina e capacita a
vontade a amar a Deus por ser quem é, a si mesmo e ao próximo, por causa de
Deus. Dá valor meritório aos atos de todas as outras virtudes e une o homem a
Deus mais perfeitamente. Além disso, só a caridade é que há de permanecer no
céu, pois, com a visão beatífica, a fé e a esperança desaparecerão (1 Cor 13,
1-13).
Quais as características
da Fé ?
A fé é um dom gratuito de
Deus a todos que a pedem com humildade, é virtude sobrenatural necessária à
salvação. O ato de fé é um ato humano, ou seja, um ato da inteligência do
homem e da mulher, que, sob o impulso da vontade movida por Deus, dá
livremente o próprio consenso à verdade divina. Além disso, a fé é certa
porque, fundada na Palavra de Deus, é operosa “pelo amor” (Gl 5,6); está em
contínuo crescimento graças em particular à escuta da Palavra de Deus e à
oração. Ela nos faz antegozar desde já a alegria celeste.
A “FE” é a palavra mais
breve que existe na teologia e a mais comprometedora. Ela diz tudo o que o
cristão deve ser e ao mesmo tempo nos convence que a nossa inteligência em
muitas situações serve pouco. Fé e ciência andam juntas, mas nem sempre se
explicam reciprocamente. A fé entra em nossa vida quando deve ser acolhido o
mistério de Deus tal como ele é: mistério. Existem pessoas, não do Credo
Católico, que criticam a palavra mistério, eu mesmo já pude observar isso! E
no entanto, é alguma coisa oculta ou secreta, de modo especial, algo sagrado.
Na Bíblia, além de significar coisas ocultas em geral, indica os planos
divinos sobre o reino do céu (Mt 13,11) e a salvação do mundo pelo nosso
Redentor, Jesus Cristo (Ef 3,9); (Col 1,26). Os teólogos definem “mistério”
como uma verdade que não pode ser conhecida pelo intelecto humano, a não ser
que lhe seja revelada por Deus. Para muitos falar em mistério é diminuir a
inteligência e perder parte da nossa racionalidade. Nada de mais errado. Quem
tem fé sabe que mantém toda sua capacidade intelectiva, mas é consciente, de
que nem tudo pode ser compreendido e que a vivência do mistério infunde uma
grande alegria ao nosso coração e dá sentido a nossa vida.
Vamos colocar em evidência
quatro coisas que nos ajudam a compreender o que é a fé:
1 – É um dom de Deus, não
depende, portanto, de nós ter ou não ter fé. Devemos sempre ter muito amor
por aqueles que dizem que não conseguem crer e devemos agradecer a Deus por
este dom que nos é dado no dia do nosso batismo. A nós, porém, cabe a
responsabilidade de fazê-lo crescer, frutificar, amadurecer em nós, e não
enterrá-lo por medo ou por vergonha.
2 – A fé é necessária para
a salvação, para entrar no céu. Antes de tudo é preciso crer que existe o
paraíso e viver em sintonia com o que Deus nos pede. A fé sem obras é morta,
podemos rezar o credo o dia todo e não ter fé. A fé é dinâmica, ativa e age
em nós.
3 – É um ato humano, isto
é, não é contra a nossa razão. Quando cremos, não fechamos nem olhos, nem a
cabeça e nem o coração. Aderimos conscientemente a tudo o que Deus nos revela
e nos diz e achamos bem em conformidade com o que a nossa mente compreende.
Os homens de fé não renunciam a sua capacidade de busca, de ciência, de
pesquisa.
4 – A fé nos faz viver já o
paraíso. Nada de mais belo de que ter fé e viver já aqui e agora o nosso céu.
O paraíso está dentro de nós e no meio de nós sempre que atualizamos com a
vida a Palavra do Senhor. Nunca agradecemos a Deus por ter-nos dado o dom da
fé, mas devemos ser conscientes da nossa responsabilidade: cuidar deste dom,
fazê-lo frutificar, crescer, para que a nossa experiência de Deus seja cada
vez mais consciente. Fé e obras andam sempre juntas.
CATEQUESE INFORMATAIVA –
JOSÉ ORQUIZA
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