Mudança que se opera
quando o sacerdote católico pronuncia as palavras da consagração na Missa.
Toda a substância de pão e vinho ali presente se muda no verdadeiro Corpo e
Sangue de Cristo, só restando as aparências de pão e vinho. Como a substância
é que muda, deve-se chamar essa mudança de transubstanciação e não
transformação, que é o nome dado às outras mudanças comuns na natureza onde
só a forma é que muda. A presença real de Cristo na Ssma. Eucaristia
conclui-se com toda a evidência do óbvio significado de várias e claríssimas
passagens do Novo Testamento: Mt 26,26; Mc 14, 22-24; Lc 22,19; Jô 6,51; 1
Cor 10,16; 11, 24-29. A Igreja Católica sempre acreditou na transubstanciação
e chegou mesmo a defini-la solenemente como artigo de fé, no Concílio de
Trento quando os protestantes a negaram, no século XVI.
O SANTO SACRIFÍCIO DA
MISSA
Na noite que precedeu sua
morte, Cristo mudou pão e vinho no seu Corpo e Sangue e os ofereceu ao Pai.
Esta foi a primeira Missa do mundo. “Fazei isto em memória de mim”, deu poder
aos Apóstolos, e seus sucessores no sacerdócio, para oferecerem o Sacrifício
da Missa.
Primeiro temos a procissão
de entrada, após subir os degraus, o celebrante beija com reverência o altar,
símbolo de Cristo. Além disso, nele é colocada a Pedra D’Ara, que é pedra
natural de forma quadrilátera de 3 a 4 cm. de espessura e de tamanho tal que
se possa nela colocar pelo menos a hóstia e o cálice, na Missa: deve ter
também um “sepulcro”, i.e. uma cavidade em que estejam encerradas e lacradas
relíquias de santos. A pedra d’ara deve ser sagrada por um bispo.
Nós Oramos
A primeira parte da Missa
é consagrada a orações em que louvamos a Deus, agradecemos, pedimos perdão
por nossos pecados e lhe falamos de nossas necessidades.
Após o Sinal da Cruz,
pedimos a graça de nos aproximarmos dignamente do altar, para o que
alternamos com o celebrante os versos do salmo Judica me, que outrora
era cantado pelos neobatizados, ao entrarem para a Missa de sua Primeira
Comunhão.
O Confiteor (Eu pecador) é rezado ou
cantado pelo celebrante e por todos nós, a fim de abrirmos os corações à
graça de Deus pela confissão geral de nossas faltas tanto diante de Deus como
de toda a comunidade cristã do céu e da terra. Depois alternamos com o
sacerdote outra súplica de misericórdia, o Kyrie, eleison! “Senhor,
tem piedade de nós!”.
A Coleta é a oração em que
o celebrante resume as orações de toda a comunidade, pedindo a graça divina,
de um modo breve e impessoal para facilitar a cada um o meditá-la a si.
Termina aqui a primeira parte da Missa.
A Missa inteira nos fala
de Deus, de seu amor para conosco e de nossa união com Cristo. Mas
especialmente na segunda parte é que ouvimos a Jesus que nos ensina através
da primeira leitura, que sempre tem relação com o Evangelho e a segunda
leitura é ensinamento e doutrina, depois temos a leitura do Evangelho, a “Boa
Nova” da salvação, e em seguida temos a pregação do celebrante. É a resposta
de Deus. Primeiro Deus nos fala na Epístola que é em geral, uma carta de um
dos Apóstolos a uma das comunidades da Igreja primitiva. Como veículos da
revelação de Deus, os escritos dos Apóstolos são preciosas fontes de saber
para todas as comunidades cristãs.
O Evangelho é a “Boa Nova”
da revelação de Deus a nós por seu Filho. É a própria vida e doutrina de
Cristo, i.e. a mais generosa expressão do Amor Divino para com a Humanidade.
Ficamos de pé como sinal de reverência à voz do Filho de Deus.
No Credo, (Creio em Deus
Pai, todo Poderoso), deveríamos nos inclinar, para sublinhar nossa crença na
verdade central do Cristianismo: E se fez homem.Aqui termina a segunda parte da Missa
(doutrinal; nós ouvimos).
Nós Oferecemos
Começa agora o sacrifício.
De novo Cristo se oferece ao Pai – mas é o Cristo total, de quem nós somos
membros, quem se oferece. Ofereçamo-nos como indivíduos e como membros de
Cristo, participantes de seu sacrifício eterno.
Erguendo a patena com o
pão, o celebrante, - conosco e para nós – oferece-o a Deus como símbolo da
oferta que fazemos de toda nossa vida a Ele. O sacerdote pede perdão de seus
próprios pecados e a salvação eterna de todos os fiéis cristãos. A água
simbolizando a nossa oferta humana e o vinho a oferta divina de Cristo são
misturados para significar a união do cristão com Jesus. O cálice, assim
preparado, é então oferecido a Deus com uma prece pela salvação final de todo
o mundo.
Voltando-se, o celebrante
nos convida a pedirmos que o seu e nosso sacrifício seja agradável a Deus e
que unamos a doação sincera de nós mesmos à sua e à de Cristo. Por si, a Missa
agrada a Deus, mas devemos colocar também a nossa parte.
O Sanctus, belo
cântico de louvor a Deus Onipotente, lembra a aclamação que saudou a entrada
de Cristo em Jerusalém, antes de sua Paixão. Esse momento seria interessante
que alguém tocasse a campainha, anunciando alegremente a renovação sagrada da
Paixão de Jesus. Estendendo as mãos, o sacerdote inclui toda a Igreja nos
méritos do sacrifício que se aproxima. Com ele, peçamos que o Papa, o clero,
nossos parente e amigos sejam abençoados com a unidade, com a paz, e com a
felicidade eterna.
Juntando as mãos uma ao
lado da outra e estendendo-as sobre o pão e o vinho, que simbolizam a oferta
de nós mesmos, o celebrante pede a Deus que os aceite. Em seguida, pede que
eles sejam mudados, mudados para nós, no Corpo e Sangue de Jesus Cristo.
A Consagração, feita pelas palavras:
“Isto
é o meu Corpo” e
“Isto
é o meu Sangue”, é o momento exato do sacrifício. A nossa oferta a Deus
transforma-se, num instante, no Corpo e Sangue de Cristo, proclama sua Morte
e Ressurreição, e é aceita por Deus. Após a Consagração, rezamos por todos os
cristãos falecidos: “Lembrai-vos também, Senhor, dos vossos servos e
servas...” Pedimos que Deus os abençoe e lhes dê paz e alegria, nomeando em
particular alguns dos nossos parentes e amigos já falecidos.
A parte sacrifical da
Missa se aproxima do fim quando o celebrante soergue o Corpo e o Sangue de
Cristo. Nós que fomos transformados nos mais elevados membros de Cristo
tributamos a Deus toda honra e glória por Jesus Cristo “e com Ele e nele”.
Nós Recebemos
Na parte final, Deus
retribui nossa oferta dando-nos seu Filho como alimento. Nossas dádivas de
pão e vinho tornaram-se carne e sangue, o laço de união e amor entre Deus e
os cristãos. A Comunhão completará o sacrifício.
O Pai Nosso, a oração que
nos foi ensinada pelo próprio Cristo, é uma excelente preparação para a Santa
Comunhão, pois quando pedimos o pão nosso de cada dia, pedimos o pão para o
corpo e também aquele que é mais perfeito, a Eucaristia.
Na Última Ceia, Jesus
partiu o pão que convertera no seu Corpo e o distribuiu aos Apóstolos. Esse
gesto repetido na Missa simboliza a unidade dos fiéis: “Visto que há um só
pão, nós, embora muitos formamos um só corpo...” (I Cor 10,17)
Receber o Corpo e Sangue
de Cristo é uma parte integral do Sacrifício da Missa. É o banquete sacrifical
oferecido por Deus. Ao tomar a Comunhão o celebrante diz: “Que o Corpo de
Nosso Senhor Jesus Cristo guarde a minha alma para a vida eterna”.
Comungar significa
participar da profunda amizade entre Deus e os homens. Uma vez que recebemos
o mesmo Corpo de Cristo, ficamos unidos a todos os membros de seu Corpo
Místico: aos santos do céu, às almas do purgatório e a todos irmãos da terra.
Ao purificar o cálice e
seus dedos por respeito às Sagradas Espécies, o sacerdote pede, por si e por
todos nós, que o que recebemos sob a aparência de alimento corporal seja
para nós um antegosto e penhor das alegrias da eterna união com Deus.
Antes da Ascensão, Jesus
abençoou os Apóstolos e os enviou ao mundo como seus continuadores. Nós na
qualidade de participantes do Sacrifício de Cristo recebemos também uma
bênção final a fim de levarmos sua mensagem para a vida diária.
O último Evangelho (de São
João) resume a obra da Redenção, renovada na Missa em todos os tempos e
lugares. Ao lermos: O Verbo se fez carne, fazemos uma genuflexão em
memória de sua Encarnação quer no seio da Virgem Maria, quer em nossos
altares.
CATEQUESE INFORMATIVA –
JOSÉ ORQUIZA
|