LONDRINA, quem te conheceu pela
primeira vez, no dia 11 de Abril de 1.949, vinte anos após sua fundação, 15
anos da criação do município e te vê hoje, passados 57 anos, fica encantado e
maravilhado com o desenvolvimento, a beleza e cultura neste nosso Paraná.
No dia em que cheguei aqui,
entrando pela única estrada que havia naquela época, “estrada dos pioneiros”,
bem na entrada a uns 500 metros, perto da Serraria da família Curoto, havia uma
placa com os seguintes dizeres: “IGUAL A VOCÊ EXISTEM 10.000”.
Isso faz parte da história
de minha vida, é certo que eu vivi as emoções de uma mudança radical. Eu estava
residindo no Estado de São Paulo e tive que me transferir para o Estado do
Paraná, na cidade de Londrina, numa época muito promissora. Aqui era tudo novo
e a região de Londrina atraia muitas pessoas, na esperança de melhorar e
prosperar na vida.
Logo que cheguei a Londrina,
me hospedei no Hotel Atalaia, que ficava na rua Minas Gerais entre a rua
Maranhão e a Sergipe. Londrina era uma cidade ainda provinciana de 18 a 20 mil
habitantes.
O abastecimento energético
da cidade era feito pela Usina de Apucaraninha (Empresa Elétrica de Londrina),
cuja sede dos escritórios ficava num prédio na rua Mato Grosso, esquina com a
rua Santa Catarina, onde hoje é o estacionamento do Banco Bradesco. A Central
de Transformadores ficava entre Avenida Paraná e a rua Pará, abaixo da rua
Brasil. A iluminação da cidade era muito precária, as lâmpadas pareciam mais
tomates vermelhos. Muitas vezes ouvi os viajantes reclamarem que no período
noturno não dava para fazer seus relatórios, em vista da fraca iluminação.
Além de a iluminação ser fraca, tínhamos que
suportar uma constante poeira vermelha. As ruas ainda não tinham calçamento e
quando chovia formava um barro escorregadio. As casas geralmente eram cercadas
de balaústres que às vezes serviam de apoio em dias de chuva, porque o barro
mais parecia um sabão, muito liso.
Em todas as casas havia um
limpa-pés que tinha o nome de “chora paulista”. Era incrível como o barro
grudava na sola dos sapatos. Quando comecei trabalhar no Escritório do
Lunardelli, percebi através dos negócios que se faziam, que Londrina era uma
cidade que prometia muito. A gente percebia como as pessoas se movimentavam a
procura de compradores de terras. Eram os corretores que iam com seus jeeps para o Estado de São Paulo,
Minas Gerais, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a fim de
trazerem os futuros proprietários de terras.
No ano de 1.929, na região
norte do Paraná, nascia um povoado que cinco anos mais tarde se transformaria
na cidade de Londrina.
O nome que significa
“pequena Londres” foi inspirado nos donos da Companhia de Terras do Norte do
Paraná, os ingleses que adquiriram a área de 500 mil alqueires entre os rios
Tibagí, Ivaí e Paranapanema.
O processo de colonização
trouxe famílias de paulistas, mineiros, gaúchos, e nordestinos, além de
imigrantes japoneses e descendentes de europeus que, com força de trabalho e
espírito empreendedor, transformaram Londrina na segunda maior cidade do
Paraná.
Quando os colonizadores descobriram a riqueza do
solo desta região, resultado de intensas atividades vulcânicas ocorridas há
centenas de milhões de anos. O Paraná, nesta região conhecida como “terra
roxa”, revelou-se o berço ideal para os maiores cafezais do País entre 1.940 e
1.970. Hoje, o município produz trigo, soja, milho, algodão, rami, feijão,
café, cana-de-açúcar, fumo, mandioca, amendoim, arroz, hortaliças, e frutas,
com destaque para a uva-itália. Londrina também possui pecuária de alta
qualidade e atividades industriais na área da agroindústria, tecelagem e
confecções, além de um amplo desenvolvimento nos segmentos de comércio e
serviços.
Importante
ponto de encontro da cidade, o Calçadão teve o seu projeto criado pelo
arquiteto Jaime Lerner. O espaço, fechado ao tráfego de veículos, é destinado
ao turismo e ao lazer. Possui bancas de revistas, lanchonetes, bares e
floriculturas. Também há lugar para mostras de artesanato e apresentações de
grupos teatrais e musicais. Fica num trecho da Avenida Paraná, no Centro.
A terra que fez prosperar os
“pés vermelhos” – apelido dado aos agricultores que ficavam com os pés
avermelhados por causa da cor do solo em que trabalhavam – cresceu se
transformou num dos municípios mais destacados do Estado. A Cidade de Londrina
é um dos mais importantes pólos culturais do Paraná, com a constante realização
de movimentos em prol das artes. O maior foco, porém, está nas atividades
ligadas ao teatro e à música, com a realização anual de festivais de prestígio
internacional que atraem dezenas de milhares de pessoas. É uma cidade jovem,
dinâmica e vibrante que conta com diversificadas atrações naturais, esportivas
e culturais, além de uma excelente infra-estrutura rodoviária e aeroportuária.
A nossa cidade de Londrina tem um clima agradável o ano inteiro, com verões
quentes e invernos amenos.
Doado à
cidade pela Viação Garcia no 55° aniversário de Londrina, o Monumento ao
Passageiro é formado por figuras metálicas de 15 metros de altura que parecem
saudar o público. Feito em concreto e aço inoxidável, o monumento pesa seis
toneladas. Fica na rotatória da Avenida 10 de Dezembro, na frente da
rodoviária.
A Catedral
Metropolitana foi construída originalmente de madeira, em 1934. O monumento
atual, erguido em alvenaria, possui 2.200 m² e capacidade para oito mil
pessoas. Inaugurada em dezembro de 1972, revela um arrojado projeto de formas
simétricas. Fica na Avenida Rio de Janeiro, esquina com Alameda Manoel Ribas.
Inaugurado
em 1970, o Museu Histórico Padre Carlos Weiss pertence à Universidade Estadual
de Londrina e também opera como laboratório de desenvolvimento de pesquisas.
Possui acervo com peças ligadas à antropologia, arqueologia, pedagogia e
geologia do Estado. Ocupa a antiga Estação Ferroviária, num prédio de estilo
normando, na Rua Benjamin Constant, 900.
JOSÉ
ORQUIZA – PESQUISANDO A HISTÓRIA